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Liderança Feminina na Saúde: Superando Desafios e Promovendo Mudanças

Por Elaine Costa - Como co-fundadora da B2E Saúde, é com grande entusiasmo que dedico este artigo à Semana da Mulher, refletindo sobre um tema que considero muito importante: a presença das mulheres na liderança do setor de saúde.



O Paradoxo da Representação Feminina na Saúde


Recentemente, o estudo "O Estado das Mulheres e da Liderança na Saúde Global" divulgado pela Women in Global Health revelou dados expressivos. Embora as mulheres constituam cerca de 70% da força de trabalho em saúde em todo o mundo e liderem a entrega de cuidados de saúde para 5 bilhões de pessoas, elas ocupam apenas 25% dos cargos de liderança nesse setor. Esse paradoxo, conhecido como o 'Paradoxo XX', evidencia uma discrepância gritante entre a representação feminina na assistência à saúde e em posições de liderança.

 

Desafios no Caminho da Liderança


A jornada das mulheres rumo à liderança enfrenta obstáculos significativos. Desde barreiras culturais até estruturais, as mulheres frequentemente encontram dificuldades em avançar em suas carreiras e alcançar posições de liderança. O viés de gênero persistente nas organizações de saúde muitas vezes impede o progresso das mulheres, criando um teto de vidro que limita suas oportunidades de crescimento.

 

A Importância da Liderança Transformadora de Gênero


Para superar esses desafios, é essencial adotar uma abordagem de liderança transformadora de gênero. Essa abordagem não é apenas uma responsabilidade das mulheres, mas de todos os líderes no setor de saúde. A liderança transformadora de gênero busca abordar as barreiras legais, culturais e sociais que impedem as mulheres de alcançar posições de liderança. Ela promove a equidade de gênero em todas as áreas e reconhece a liderança onde ela é mais necessária.

 

Promovendo a Equidade de Gênero em Liderança na Saúde


Como afirmou Christine Lagarde, Presidente do Banco Central Europeu, "É uma questão de não apenas afastar os homens da imagem, mas tornar todo o cenário maior, de modo que homens e mulheres acessem o mercado de trabalho, contribuam para a economia, gerem crescimento e tenham empregos."


Além de ser uma questão de justiça social, a promoção da liderança feminina na saúde é crucial para a melhoria dos resultados de saúde para todos. Quando as mulheres têm voz na liderança, não apenas fortalecem os sistemas de saúde, mas também impulsionam o progresso econômico e social mais amplo.

 

Compromisso com a Mudança


É muito importante que todos os líderes do setor de saúde se comprometam com políticas e práticas que promovam a igualdade de gênero e incentivem a ascensão das mulheres à liderança. Somente juntos podemos quebrar as barreiras existentes, criar ambientes inclusivos e garantir um futuro mais justo e equitativo para todos os profissionais de saúde, independentemente do gênero.

 

Descobertas e Desafios Persistentes


Mulheres Ainda são uma Minoria na Liderança Global em Saúde: O Progresso Estagnou


Uma análise recente da WGH confirma que, nos últimos cinco anos, o status das mulheres na liderança global em saúde permaneceu inalterado. Apenas 25% dos cargos de liderança sênior são ocupados por mulheres. Enquanto a proporção de empresas de saúde da Fortune 500 lideradas por mulheres aumentou de 5% para 12%, o número de ministras da saúde diminuiu de 31% para 25%, refletindo o estado da liderança política das mulheres em todo o mundo, onde apenas um quinto dos ministros do governo são mulheres. Entre 2018 e 2022, a proporção de delegações na Assembleia Mundial da Saúde (WHA) lideradas por mulheres caiu de 27% para 23%.

 

As Mulheres Perderam Terreno na Liderança em Saúde Durante a Pandemia de COVID-19


A pandemia de COVID-19 agravou as desigualdades de gênero existentes para as mulheres. Trabalhadores de saúde do sexo feminino geralmente enfrentaram uma dupla carga de alto número de pacientes, longas horas de trabalho, alto estresse e risco no trabalho, além do trabalho de cuidado não remunerado em casa e na comunidade. As trabalhadoras da saúde perderam suas vidas para o vírus e um número significativo foi afetado pela 'COVID longa'. Compreensivelmente, as mulheres estão deixando o setor de saúde em todos os níveis, ameaçando aprofundar a crise global de escassez de trabalhadores de saúde de 10 milhões e reduzir a representação das mulheres na liderança.

 

Aplicando uma Perspectiva Interseccional Mostra que Alguns Grupos de Mulheres são Mais Excluídos da Liderança em Saúde


Os privilégios e desvantagens que possibilitam e dificultam a progressão na carreira das mulheres não afetam todos os grupos de mulheres igualmente. Dependendo do contexto, barreiras adicionais serão enfrentadas por certos grupos de mulheres. Em alguns países de baixa renda, níveis baixos de educação e alfabetização limitam o nível em que algumas mulheres podem ingressar na força de trabalho em saúde e impedem que progridam para a liderança.

 

Rumo a uma Liderança Equitativa em Saúde


À medida que nos esforçamos para superar os desafios persistentes e promover uma liderança mais equitativa em saúde, é imperativo que reconheçamos a urgência da situação. As mulheres estão desempenhando papéis essenciais na linha de frente da prestação de cuidados de saúde e, no entanto, continuam a enfrentar barreiras significativas em sua busca por igualdade de oportunidades na liderança. Somente por meio do compromisso coletivo de reconhecer, desafiar e superar essas barreiras, podemos verdadeiramente realizar o potencial pleno e inclusivo do setor de saúde global.



Com uma carreira experiente no segmento da saúde, Elaine Costa contabiliza 25 anos de vivência na gestão de hospitais e empresas do setor, com atuação no desenvolvimento de planejamento estratégico, operacional, comercial e financeiro, projetos de alta complexidade e reestruturação organizacional. Graduada em Administração de Empresas pela FAE Business School, Especialista em Estratégia Organizacional e Gestão de Marketing pela Fundação Dom Cabral, MBA em Gestão Estratégica de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, Pós-Graduada em Lean Six Sigma e Especialista Black Belt pela PUCPR.

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